terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Gregório Marin Preciado: A vida de imigrante

Após homenagens a duas mulheres muito importantes da família Marin Preciado: Asunción Preciado Garcia e Thereza Chirico Talan, o blog volta a apresentar depoimentos sobre a vida do empresário Gregório Marin Preciado. O post a seguir apresenta o relato de como foi o começo da vida do empresário e de sua família como imigrantes no Brasil.

Sobrevivemos durante alguns anos como imigrantes, como aos milhares havia, principalmente em São Paulo. Da Vila Formosa nos mudamos para o Brás; trocamos os quintais grandes e amplos por cortiços urbanos, com várias pequenas casas. Moramos na romântica e deliciosa Rua Caetano Pinto por um tempo, na rua da Alfândega, na rua da Mooca.

Tive uma infância normal, nesse tempo. Depois de um teste de escolaridade entrei no 4º ano escolar, mesmo sem falar nada de português, por causa da excelência da educação básica na Espanha. Fiz o 4º e 5º ano primário. Iniciei o secundário na Escola de Comércio 30 de Outubro e decidi mudar para Arquitetura. Iniciei o curso aos 12 anos na Escola de Belas Artes e Ofícios de São Paulo. Durante o dia, ajudava meu pai como servente de pedreiro.

Entretanto, os irmãos de meu pai começaram a morrer, a saudade e ausência da família maior ficou forte e meu pai decidiu voltar para a Espanha. Isto foi em maio de 1956. Compramos casa própria, montamos um pequeno negócio e meu pai reiniciou sua atividade de empreiteiro. Eu entrei na Escola de Belas Artes de Zaragoza, onde estudava à noite. Durante o dia, ajudava como servente de pedreiro.

Um comentário:

Izabel disse...

Ao desembarcar no Porto de Santos, os imigrantes trouxeram muito mais que braços para trabalhar nas lavouras de café e na nascente indústria paulista. Os povos pertencentes às mais de 70 nacionalidades vieram com o sonho de "fazer a América" e acabaram por construir a história e a cultura brasileiras. Deles, o Brasil herdou sobrenomes, idiomas, costumes, comidas, vestimentas, ferramentas e utensílios. Parte desse legado está registrado e guardado no Memorial do Imigrante.
O Arquivo Público do Estado de São Paulo recebeu, no final de dezembro de 2010, mais um acervo fundamental para a memória pública paulista. Trata-se da documentação do Memorial do Imigrante, instituição que passa atualmente por uma fase de reorganização e reforma do seu prédio, localizado no Brás. Entre 1887 e 1978, a antiga Hospedaria dos Imigrantes recebeu pessoas de mais de 60 nacionalidades e etnias, todas devidamente registradas em livros e listagens. Atualmente, o Memorial, além de ter se tornado uma atração turística, presta um serviço público importante, fornecendo certidões de chegada de estrangeiros aos seus descendentes.
http://www.arquivoestado.sp.gov.br/difusao/memorial.php